quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O Orçamento para 2014 - Cartoon de Henrique

Obra do artista Henrique Monteiro que tem exposição no Festival Internacional BD da Amadora (nos Recreios da Amadora) e que será homenageado com o Prémio AmadoraCartoon 2013

The USA in the world - Cartoon by Ermengol


AYACC 2013 International Cartoon and Animation Contest

Dear Artists,Greetings.
Welcome to participation the AYACC 2013 International Cartoon and Animation Contest.
We welcome all the artists to join in. To internationalize the contest, it is open to all professional and amateur cartoonists from all over the world.
Besides, the subject of the contest has been adjusted a little: we added the subject of “Merry Christmas”. Welcome your works of this subject. New works and old works are acceptable.
Wish good result to all the artists.
Best regards.

Competition is open to all professional and amateur cartoonists from all over the world.
Theme:  (1) Merry Christmas
        (2) Free Theme  (My Choise) 
AYACC 2013 International Cartoon and Animation Contest
Still image work (Cartoon \ Comics \ illustration \ Caricature) & Animation section
Host Units:
Government of Guiyang City
Red Man International Art Center
 
Regulations
The competition is open to authors all over the world.
1)  AYACC Contest is authorized by the Culture Industry Development Dept. of Culture Ministry of China and Guiyang government.
2)Theme: (1) Merry Christmas (2) Free Theme  (My Choise)
3)Size and Format
Only the digital works will be accepted. 
The entries should be A4( 21cmX29.7cm),300dpi,Jpeg format.
Please sent your works to:  ( All works of Animation can be sent to the following address)
  ayacc2013@126.com  ;  ayacc2013@163.com
4)Entries
A)The authors may submit multiple works, there are no limited of entry number.
B)Works awarded in other contests can be submitted.
C)Entry form is not required. But entries must be accompanied by author's full name, address, telephone (or fax) and email,and author’s resume.
5)Award and Prizes
A. Cartoon:
Best Cartoon (1)---------------------------8000RMB and Certificate
Excenllent cartoons (2)---------------------------2000RMB and Certificate (each)
B. Comic :
Best Comics(1)---------------------------10000RMB and Certificate
Excenllent Comics (2)--------------------------- 2000RMB and Certificate (each)
C. Illustration:
Best Illustration(1)---------------------------8000RMB and Certificate
Excenllent Illustration(2)---------------------------2000RMB and Certificate (each)
Honorable mention(100)---------------------------Certificate
D) Animation:
The best Animated short film(1) ------------------------20000RMB and Certificate
The nomination of the best Animated short film(2) ------2000RMB and Certificate (each)
The best Animation director(1) ------------------------ 10000RMB and Certificat
The best Animated writers(1) -------------------------- 10000RMB and Certificat
Other honors
The organizing committee will inform all nominated prize winners the results of the contest before the awarding ceremony.
The organizing committee will invite ONE representative from each award to be present at the awarding ceremony and provide the invitees the transportation tickets and accommodations during the time of the awarding ceremony.
6)Catalog
All selected authors will get a catalog published by organizer.
7)Deadline
Entry Deadline:  November 10, 2013
8)Judement
The panel of judges will be include famous national and international cartoonists and comic artists.
9)Awarding Ceremony
The Awarding Ceremony will be held on November 22, 2013, in Guiyang, Guizhou Province, China.
10)Declaration
The organizing committee reserves all rights for final explanation.
11)The Right to Utilize the Work
For the sole purpose of publicizing the Award and the future AYACC or similar award(s) organized by the Organizer, the Organizer shall have the right, without notice to the applicant, to utilize the Work in whole or in part by means of broadcast (regardless of media), online transmission (including but not limited to the internet and mobile communications), exhibition, and distribution (e.g. in the form of a videogram) free of any payment to the applicant.
12)Contact Information
If you have any questions please contact with us directly: 
ayacc2013@126.com  ;  ayacc2013@163.com

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Zoologia Eleitoral no humor de Lailson


Álbum "No Presépio" de José Pinto Carneiro e Àlvaro lançado no dia 2 de Novembro no AmadoraBD

O Presépio é tão bonito, tão inspirador. É uma representação pura da paz, do amor, dos valores fundamentais da vida em comunidade. Mas isso é porque os elementos que compõem esse presépio estão sempre calados e normalmente são de barro. Eis, na Banda Desenhada “No Presépio…”, o verdadeiro e genuíno presépio vivo. O Zé, a Maria, o Burro, a Vaca e o Menino no seu quotidiano exuberante, dramático, corriqueiro, cómico, parvo… Principalmente parvo.

Com texto de José Pinto Carneiro e desenho de Álvaro.


Um livro a ser lançado no Amadora BD (dia 2 de Novembro, às 16 horas).


domingo, 27 de outubro de 2013

Não esquecer que hoje mudou a hora - Cartoon de René Bouschet


Inauguração do AmadoraCartoon dia 26 de Outubro nos Recreios da Amadora

 O Amadora Cartoon é uma das exposições paralelas ao 24º Festival Internacional BD da Amadora que tem a sua exposição no Cina-teatro Recreios da Amadora (junto à estação da CP)
 Vistas panorâmicas da exposição que é constituida pela mostra dos três artistas homenageados - o italiano Alessandro Gatto, e os cartoonistas portugueses Carlos Rico e Henrique Monteiro


 Na inauguração o Comissário do AmadoraCartoon Osvaldo Macedo de Sousa mostrando os trabalhos ao Vereador da Cultura da Câmara da Amadora António Moreira
Hora dos discursos na inauguração. Da esquerda para a direita: Pedro Simões (responsável dos Recreios da Amadora), Nelson Dona (Director do AmadoraBD), Anrónio Moreira (Vereador da Cultura da Câmara Municipal da Amadora), Osvaldo Macedo de Sousa (Comissário do AmadoraCartoon)

AmadoraCartoon – 2013 CENOGRAFANDO HUMORES (iniciativa integrada no Festival Internacional Bd da Amadora


Comissariado por: Osvaldo Macedo de Sousa

            A criação do mundo parece tão perfeita e equilibrada que é encarada como um projeto divino, no entanto, o Homem, com todo o seu narcisismo e orgulho, desde que tomou consciência do seu ego, procurou competir com a natureza, falsificando, por vezes, os materiais, as normas, o projeto básico e alterando a seu gosto os fundos (paisagísticos, sonoros, decorativos…) do seu quotidiano.
            Cenografar a vida é a essência do ser artista, apesar dos defensores da “arte pela arte” preferirem enquadrar-se como deuses da criação pura. Não há criações puras e, muito menos, originalidades virgens, porque queiramos ou não já foi tudo inventado pela natureza, cabendo ao Homem apenas o papel de redescobrir essas criações, visões e pensamentos, dando-lhes novos figurinos e novas cenografias que as travestem em originalidades. Se a vida, em si, é simples, a do Homem acaba sempre por ser uma teatralização, uma reconstrução dramatúrgica onde se dá um papel fundamental à tragédia, envergonhando-se da comédia que está na origem da vida, o que pela manipulação política nós dá a tragicomédia do quotidiano.
station por Alessandro Gatto

            Nessa organização de espaços, tempos e personagens… para além das condicionantes geográficas, tradições culturais, sociais, religiosas, politicas… há toda uma variedade de intervenientes que se impõem como controladores, como criadores. Muitos deles nem artistas são, antes pelo contrário, como os falsários políticos, economicistas… mas os artistas ainda conseguem ter um papel especial na organização deste palco universal, mais não seja como contestatários das estruturas assentes nessa manipulação narcísica dos senhores do poder.
Pastor do séc. XXI por Carlos Rico
            É nessa onda cenográfica do pensamento humorístico que surge o “caricaturista”, o profissional que transpõe as ideias, as críticas e as opiniões para o universo da narrativa gráfica. A estes profissionais, hoje em dia, dá-se várias designações como cartunista, bandadesenhista, ilustrador… mas o fundo cenográfico nunca deixou de ser um elemento fundamental nesta comunicação, mesmo quando minimalista. Essa estrutura complementa com referências historiográficas, conceptualiza espaços, veste personagens e envolve o pensamento em adereços. A essência desta roupagem cénica é o apoio na localização do tempo histórico, espacial e temporal para que a narrativa imagética seja um diálogo mais fácil e direto com o leitor.
Passos em Manta Rota por Henrique


           Por tudo o que foi dito pode-se entender a importância da cenografia para a construção humorística, mesmo quando o texto parece ser a essência da obra. Há artistas que fingem não usar cenários, apesar de estes estarem minimamente sugeridos, enquanto outros usam a própria cena para desenvolver a construção da mensagem humorística. Para cada artista seu estilo, sua opção, razão pela qual selecionamos para esta mostra três formas diferentes de construção gráfica. Como exemplos da importância destas opções e destes elementos cenográficos, o AmadocaCartoon decidiu homenagear o italiano Alessandro Gatto e os portugueses Carlos Rico e Henrique Monteiro.

Prémios AmadoraCartoon 2013 - Em exposição nos Recreios da Amadora - Integrada no AmadoraBD

ALESSANDRO GATTO

Allessandro Gatto é um artista italiano multifacetado, natural de Castelfranco, Veneto (1957), que aborda na sua criatividade, não apenas a pintura, como o design gráfico, a ilustração e o humor gráfico. “Freelancer” por opção de vida, já que a liberdade criativa é o seu lema, tem trabalhado no campo do design para múltiplas empresas privadas e públicas de Itália e resto do mundo (EUA, Canadá, México, Argentina, Inglaterra, Alemanha, Grécia, Argélia…). Uma internacionalização que abarca também as suas outras atividades plásticas. Como ilustrador, ou humorista, esta liberdade que igualmente domina, ao não se render apenas a um meio, a um periódico, espalhando a sua criatividade por diversos jornais, revistas e sites de todo o mundo.
illusione

É nesta característica universalista que o seu humor se impõe, destacando-o como um dos artistas mais premiados nos Salões Internacionais de Humor (onde agora também, por vezes, passa para o outro lado da linha, sendo júri), com cerca de uma centena de galardões conquistados em certames do Azerbeijão, Bélgica, Canadá, China, Chipre, Colômbia, Espanha, India, Irão, Itália, Luxemburgo, Montenegro, Portugal, Polónia, Rep. Checa, Roménia, Síria, Turquia e Ucrânia.
ritorno a casa

Para além da força filosófica do seu pensamento crítico-humorístico em que, prescindindo da palavra nos surpreende constantemente com a sua imagética cenográfica, onde o surrealismo paródico tem um papel importante, há a destacar o piso pictórico na sua obra. A plasticidade da sua pincelada expressionista, numa paleta de cores fortes, faz com que a cenografia se imponha como a estrutura básica da sua comunicação humorística. Cenógrafo do quotidiano, pela irreverência na leitura da vida, não é um artista do cómico, do gag, antes da ironia, do humor introspectivo. Gatto, com as suas unhas do pensamento irónico, arranha o brilho do politicamente correto, mostrando-nos que há mais mundos para além do mundo e que  pode haver mais leituras para além das aparências.
stanza blu

Pela sua carreira, pela sua riqueza plástico-cenográfica, pela sua intervenção filosófica na narrativa gráfica, o 24º FIBDA outorga-lhe o Prémio AmadoraCartoon / 2013.

O.M.S.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

AmadoraCartoon 2013 - Carlos Rico (Exposição dos Recreios da Amadora)

CARLOS RICO

Claudio Torres

O alentejano é a vítima preferencial do anedotário nacional. O alentejano é, geneticamente, o maior criador do anedotário vivencial já que, na planura do quotidiano sempre soube sobreviver com o sorriso do pensamento, às amarguras da opressão dos latifúndios, à secura da planície, à solidão da luta do dia-a-dia. Não é pois de estranhar que entre os principais cartunistas encontremos alentejanos de grande envergadura.

Carlos Rico é um alentejano de quatro costados que, para além do sangue, da carne, do espirito, do empreendedorismo, impõe o alentejanismo como filosofia vivencial e plástica. Natural de Moura (1968), onde tem vivido toda a sua vida, é o responsável cenográfico das atividades municipais, design gráfico, cartazista, decorador… destacando-se o seu papel de criador, organizador e curador do Festival Internacional Moura BD desde 1991, atividade que compartilha, quando tem tempo, com outras participações plásticas. Como ilustrador, bandadesenhista e cartunista encontramos colaborações suas na imprensa como “Diário do Alentejo” (em 1999 com "Beto, o traquinas" e, a partir de 2003, em dupla com outro alentejano, Luís Afonso, a série "RIbanho", assinada sob o pseudónimo de LUCA), depois, n’ “A Planície” (com a série "Fecho... é claro", durante quatro anos); prosseguindo com colaborações no “Jornal do Sporting”, “Além Tejo Económico”, “Record”, “Bola Magazine”, “O Ás”, “Revista da Água”,Jornal de Almada”,A Voz de Paço d’Arcos”, Notícias do Entroncamento”…. Ilustrou vários livros infanto-juvenis com textos de Maria Eugénia Fernandes: “A canção do Pastor”, “Um céu de lata e Nas nuvens também há flores”; “Manolito, o bixarrácu e a Fêra de Agohtú”; “Manolito, o bixarrácu e o presépio encantado”; “Manolito, o bixarrácu e o cahtélu de Noudá”.Publicou os álbuns de BD "A Moura Salúquia", "HumoRico", "Um sorriso no... ar!", “Joaquim Costa Poeta de Moura”. Em 2002 foi homenageado na Sobreda BD com o Troféu “Sobredão” e, em 2006, recebe o Prémio “Mais Ilustração” atribuído pela revista “Mais Alentejo”.

Bandadesenhista, ilustrador e cartunista, a sua paisagem humana e cenográfica tem sido sempre uma homenagem ao seu ambiente natural, o Alentejo. No seu trabalho encontramos o perfume, os sons, as paisagens, dessa terra dourada de sorrisos, de filosofia popular feita paródia, crítica séria ao lado cómico do quotidiano social e político, já que tudo acaba por ser política e o Alentejo é conhecido pelas suas varas.

Carlos Rico é um dos maiores cenógrafos dos humores contemporâneos, vividos no decor alentejano, razão pela qual o 24º FIBDA resolveu homenageá-lo com o Prémio AmadoraCartoon / 2013 pela sua carreira e arte.

O.M.S.

AmadoraCartoon 2013 - Henrique (Exposição nos Recreios da Amadora)

HENRIQUE


Cartunisticamente falando, a encenação da sátira é um universo infinito de opções, dependendo apenas da filosofia estética do criador. Neste caso, estamos a falar de um artista que não prescinde da caricatura, facial ou situacional, como linguagem das suas cenografias gráficas
Henrique Monteiro, por casualidade genealógica, é geneticamente herdeiro dos “grafitas” do maravilhoso Vale do Côa, tendo nascido em Cabreira-do Côa (1969), razão pela qual desde tenra que não há espaço em branco onde não tenha a tentação de rabiscar, deixando o seu testemunho vivencial. Do traço atrevido de adolescente à profissão de irreverente foi apenas um passo estético, estagiando primeiro nos jornais locais, livros de curso, germinando posteriormente como “Henrique” no “Expresso” a partir de 94, durante nove anos. Para além deste semanário a sua obra de ilustrador, bandadesenhista, cartunista também pode ser encontrada no “Diário de Notícias”, “Exame, “Semanário Económico”, “Peninsula Press”, “Jornal de Negócios”… ou trabalhando para empresas como Correios de Portugal, Carris, Cafés Delta, Editora Elo… Actualmente, o seu principal campo de exposição humorística vive-o como “Henricartoon” no portal SAPO Notícias e SAPO Desporto para onde cria diariamente dois cartunes. Trabalhos que, só em 1912, tiveram uma média mensal de três milhões de visualizações.

Neste ano, as Edições ASA publicaram em álbum uma selecção desses cartunes sob o título de “Enorme, brutal, colossal 2012”. É esse material que está exposto no AmadoraCartoon onde, para além de se visualizarem os brutais fácies dos políticos que nos agouram colossalmente o quotidiano, Henrique também caricatura, na sua ironia subtil, o quotidiano burlesco da política e do desporto. Apesar da concorrência desleal dos políticos e senhores do desporto que têm a ambição de serem estrelas do “stand-up comedy”, ele consegue limar o lado grotesco dessa dramaturgia caricato-cómica, dando-lhe fineza de inteligência humorística numa narrativa gráfica de profundo efeito irónico. A sua arte cenográfica cria profundidade ao esbater o cenário de fundo, evidenciando o primeiro plano com os intérpretes. Nessa criação de universos paralelos à realidade, Henrique acaba por ser mais um cronista que um satírico.

É este grande cenógrafo caricatural que a AmadoraCartoon homenageia, outorgando-lhe este prémio por carreira ao serviço da sociedade.

O.M.S.

Inauguração do AmadoraCartoon/13 no dia 26 pelas 17h30 nos Recreios da Amadora

O Festival Internacional BD da Amadora não é apenas BD, existem outras manifestações para além da Exposição Central. Nos destacamos naturalmente o AmadoraCartoon (Comissário: Osvaldo Macedo de Sousa) que se realiza como sempre no Cine-teatro Recreios da Amadora (Junto à estação da Amadora) homenageando este ano o italiano Alessando Gatto e os Portugueses Carlos Rico e Henrique sob o tema Cenografando Humores

Inauguração do Amadora BD - dia 25 de Outubro de 2013



A ameaça socratica - Cartoon de Henrique


O Parlamento por Marinela Nardi

Seja em Portugal, Itália, Europa... são todos a mesma coisa, só falta visualizar no fundo do cano os bolsos dos políticos e financeiros que dominam as nossas economias.

Paulo Mãos de Tesoura - Cartoon de Vasco Gargalo


dear friends and colleague.

if you have yours any cartoons for about christmas and new year theme, please send me (fenamizah@gmail.com). 
To be published in the December issue. 
I'd be happy for your contribution. 
I'm waiting until the date of 10 November.

All the best.

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aziz yavuzdoğan
graphic designer-cartoonist & publisher 
 



FENAMİZAH e-dergi

Us gun & child A4 - cartoon by Ali Divandari


Ali Divandari
Painter, Graphic Designer, Cartoonist,  Love writer!

Issue No: 29+30 Syriacartoon Magazine || مجلة الكاريكاتور السوري


Syriacartoon Magazine || مجلة  الكاريكاتور السوري Issue No: 29+3024/10/2013

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domingo, 20 de outubro de 2013

O Humor de Henrique, e a ironia tortuosa do Governo


Lançamento do livro de Casimiro Simões - “Cornos ao sol – Agonia do carneiro velho na troika de Vale Tudo” no dia 26 de Outubro na Lousã

Tenho a honra de vos convidar para o lançamento do meu último livro, a realizar na sede da Filarmónica Lousanense, no próximo dia 26 de outubro, sábado, às 15 horas.
A apresentação da obra, intitulada “Cornos ao sol – Agonia do carneiro velho na troika de Vale Tudo”, será da responsabilidade do advogado e escritor António Arnaut, fundador do Serviço Nacional de Saúde, que assina o prefácio, e do historiador e professor universitário Amadeu Carvalho Homem.
Edição do autor, mantendo o formato de livro de bolso, “Cornos ao sol” encerra uma trilogia satírica que iniciei há quatro anos, para assinalar o centenário da República, com a publicação de “Com as botas do meu pai – Pegadas do poder autárquico na vila de Vale Tudo”, a que se seguiu, em 2010, “Campanha bufa – Porco no espeto na safra de Vale Tudo”.
Trata-se de uma coleção humorística, com capas e ilustrações do artista lousanense Carlos Alvarinhas, concebida a partir de um olhar crítico sobre o estado da democracia e da República sonhada em 1910 – depois retomada, com o 25 de Abril de 1974 – e das perversões do exercício do poder em Portugal, nos seus diferentes patamares de decisão, desde logo ao nível das autarquias.

Saúde e bom humor!

Casimiro Simões

De seguida o prefácio, de António Arnaut, e uma introdução ao livro, que redigi com o título “De rir e chorar por mais”.

Prefácio
Este livro encerra uma “trilogia satírica republicana” iniciada em 2009, Com as botas do meu pai, e prosseguida em 2010, com Campanha bufa, sobre o exercício do poder autárquico em Portugal, “cantiga assumida de escárnio e maldizer”, como o autor nos esclarece na nota introdutória do primeiro volume.
Os Cornos ao sol rematam o louvável propósito de prestar “homenagem à República Portuguesa sonhada em 1910, aos seus protagonistas mais íntegros e a todos os que preservaram o ideal republicano nestes cem anos”, como se explica na contra-capa do segundo volume deste tríptico.
Escrita com a tinta áspera da verdade, como convém à ficção – a ficção é o rosto burilado da realidade – a obra tem como espaço físico e humano o município imaginário de Vale Tudo, que é, aliás, o espelho reflector de certas autarquias, embora, felizmente, haja outras que têm resistido ao vírus arrasador do negocismo e da mediocridade.
Vale Tudo, como o nome indica, é, caricaturalmente, uma coutada privilegiada de malfeitorias e nepotismos, onde o cacique local se vai perpetuando “democraticamente”, perante a indiferença de alguns e a conivência de outros, apesar de fustigado por aqueles que não desistem, como o jornalista Casimiro Simões, de reconduzir a República ao seus valores matriciais e a ética à política, que é o seu lugar preferido, como escreveu Hegel.
Todos nós conhecemos os Onófrios Fanfarrões e seus lambe-botas, e os especuladores Batanetes e seus serviçais, que os dois primeiros volumes retratam de forma burlesca e que pairam neste terceiro volume como sombras espectrais. O autor, porém, não esquece a gente séria que ainda resiste às seduções da vaidade, do mando e da pecúnia.
Ao ler este último tomo, que completa a empresa de celebrar o centenário da República, lembrei-me, com a devida diferença de planos, das célebres catilinárias e verrinas de Cícero e das Farpas de Ramalho e Eça, o que mostra como a sátira político-social é tão antiga como o poder, porque os abusos e desvios a que está sujeito lhe são inerentes como as sombras à luz.
Contudo, é preciso não descrer das virtudes da democracia e na sua capacidade de regeneração, de que a liberdade de pensamento e de imprensa é instrumento precioso, porque permite denunciar os atropelos à legalidade e ao bem comum, zurzindo naqueles que se embriagam com o poder e traem a vontade soberana do povo que os elegeu.
Este volume é a pedra de fecho dos anteriores, expressão que me foi sugerida pela nova personagem Pedro Pedra. Os figurões ficaram pelo caminho e só restam três sobreviventes “do ataque fulminante dos mercados”, de que a troika é a mão pesada e desumana.
Os sobreviventes são um burro, um porco e um carneiro, naquele curral “do honrado Joaquim Lua, onde o mato com bostas várias se fazia riqueza nacional”. Estes bichos têm o simbolismo que o leitor lhes quiser dar, à semelhança dos outros Bichos de Miguel Torga.
As bostas representam, metaforicamente, se não me engano, a pureza sobrevivente a tão indecorosas personagens que se movimentam no universo ficcional de Casimiro Simões. Servindo-me das palavras do grande escritor citado, “ao cabo, esta animalidade toda, de tão natural, acaba por ser pura e limpa como a bosta de boi”. (Diário, 22/1/1936).
Eis aqui um pequeno grande livro que dá gosto ler, porque fala de figuras e figurões nossos conhecidos e expressa uma realidade crua deste tempo insano. Embora reportada ao poder local, a parábola do drama maior do poder central, dominado, em toda a Europa, pelo capitalismo financeiro que vai destruindo, implacavelmente, o Estado de Direito, enquanto o povo não travar a sua voracidade predadora.
Misto de libelo, sátira e fábula, esta trilogia é também – e principalmente – um testemunho construtivo e uma tentativa cívica de regenerar a democracia e a República, denunciando os golpes que lhe têm sido desferidos.
Vale Tudo é a metonímia de um país aviltado, vendido a retalho ao estrangeiro, onde as exceções confirmam a regra, como num céu plúmbeo uma estrela acesa anuncia que a escuridão não é total e que poderá haver um amanhã limpo e redentor. Tenhamos, pois, esperança. A esperança lúcida que desperta a vontade e dá força à ação.
Coimbra, 5 de Outubro de 2013
António Arnaut
(O autor do prefácio escreve segundo as regras do antigo acordo ortográfico) 
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De rir e chorar por mais

Com a alegria de ter cumprido um projeto a que individual e livremente pus ombros, encerro com este livro a trilogia satírica iniciada há quatro anos, com a publicação de Com as botas do meu pai – Pegadas do poder autárquico na vila de Vale Tudo.
Uma ousadia cívica que me acarretou alguns dissabores, pessoais e profissionais, desencadeados por inimagináveis preconceitos retrógrados de terceiros e perseguição ilegítima por razões ideológicas. Mas o mais importante é levar em frente este combate pela cidadania, contra ventos adversos, poderes mesquinhos, medos vários e cobardias, que me proporcionou, sobretudo, momentos únicos de bom humor e amizade. “Meti-me em sarilhos, mas também tive grandes barrigadas de riso” – assim foi comigo, logo em 2009, quando editei o primeiro volume desta aventura, também literária, que no ano seguinte transformei em tríptico de homenagem à República, para assinalar o centenário da revolução de 1910.
Faço minhas aquelas palavras do psiquiatra Louzã Henriques, etnólogo por devoção, patriota e orador de múltiplas “conversas vadias”. “Barrigadas de riso”, isso mesmo. Assim falou o antifascista da Serra da Lousã em recente apresentação, em Coimbra, da obra Manuel Louzã Henriques – Algures com Meu(s) Irmão(s).
Termino esta trilogia com o livro Cornos ao sol – Agonia do carneiro velho na troika de Vale Tudo, retomando algumas personagens das anteriores obras da coleção e criando outras, como o foragido Pedro Pedra, presidente da Junta de Freguesia do Penedo Catapereiro. Dando agora primazia, no entanto, aos estreantes burro Orelhudo, porco Beiçudo e carneiro Cornudo, únicos sobreviventes do ataque dos mercados financeiros ao território de Vale Tudo. Na montanha, os três animais dão novo rumo à narrativa, interagindo em triângulo na rede social E-colibuk, após terem fugido do curral triangular, na loja térrea do velho Joaquim Lua. Vale Tudo é uma terra deserta, sem homens, nem mulheres. Apenas animais de quatro patas. Renovo, neste volume, um olhar crítico sobre a República e o mundo, agora sob o signo do carneiro, e regresso aos mistérios da minha infância.
O livro é dedicado a várias figuras, locais e regionais, que marcaram a sociedade ao longo dos séculos XX e XXI, em nome da República, do progresso coletivo, da cultura e dos direitos humanos: Orlando de Carvalho (antifascista, catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, FDUC), Augusto Monteiro Valente (militar de Abril e investigador), Osvaldo Rosa (opositor à ditadura, autarca e dirigente associativo na Lousã), Ti Joaquina da Catraia (notabilizou-se no auxílio aos viajantes que outrora atravessavam a Serra da Lousã), Maria José Fantina (tem-se destacado na preservação da cultura popular), Augusto Paulo (fundador e antigo diretor do jornal Mirante, de Miranda do Corvo), Artur Brás (um dos fundadores do Ateneu de Coimbra, em 1940), João Rodrigues (democrata, músico e cronista do jornal Trevim) e Manuel Lopes de Almeida (herói da Rotunda, na revolução de 1910, natural da Castanheira de Pera). Constitui também homenagem ao Ramal da Lousã e contributo cívico para a sua reativação (com evocação póstuma dos ativistas da ferrovia José Vitorino de Sousa, Ramiro Carvalheira e Américo Leal), à República dos Kágados, que em breve faz oitenta anos, onde morei enquanto estudante da FDUC, e ao Museu da República e da Maçonaria, em Pedrógão Grande.
Nesta etapa final, são muitos os amigos e amigas a quem quero agradecer – intelectuais, músicos, obreiros da área cultural, trabalhadores gráficos e jornalistas, entre outros – muita da força que me deram para vencer as adversidades.
Estou desde logo grato à família, aos camaradas com quem trabalho mais de perto, na agência noticiosa Lusa, além de jornalistas de diferentes gerações, com os quais tenho vindo a trilhar e a partilhar os caminhos da curiosidade, das dúvidas e da constante aprendizagem. Em mais de trinta anos, foram alguns deles o meu amparo ético e fraternal nos momentos difíceis do exercício da profissão, em que temos apenas duas opções: avançar ou desistir.
Na maior parte das situações, em diferentes órgãos de comunicação que tive a honra de servir, a decisão desse coletivo a que chamamos redação foi cumprir, sem subserviências, nem venais pratos de lentilhas, o dever e o direito de informar, com a sensatez que, muitas vezes no fio da navalha, as circunstâncias exigem e permitem, honrando o Código Deontológico do Jornalista, as leis do Estado de Direito democrático e a Constituição da República.
Neste momento de júbilo – mas desejando eu estar longe da jubilação! – terei de saudar especialmente o escritor e advogado António Arnaut, pela sua fraternidade ativa, acompanhando desde a primeira hora esta “empresa de celebrar o centenário da República”, como afirma no prefácio.
Recordo a corajosa e bem-humorada intervenção de António Arnaut na apresentação do meu livro de estreia, Com as botas do meu pai. Uma memorável jornada cívica, em 31 de outubro de 2009, na Lousã, em que se destacaram também o ator Adriano Carvalho e o médico Louzã Henriques, autor do prefácio.
No ano seguinte, de novo na terra onde nasci, foi a vez de Campanha bufa – Porco no espeto na safra de Vale Tudo, com apresentação a cargo do historiador Amadeu Carvalho Homem, que escreveu o prefácio, e da jornalista Leonete Botelho. Obrigado, amigos!
Neste tributo coletivo, relevando diferentes colaborações e incentivos, incluo Adelino Castro, Isabel Garcia, Luís Quintans, Carlos Fraião, Augusto Paulo, Carlos Marta Ferreira, José Luís Câmara Alves, Ramiro Simões, João Damasceno, Bernardino Nunes, Carlos Alvarinhas e Jorge Seco, entre muitos outros. Gratidão também à Rádio Dueça e aos jornais Trevim, Diário de Coimbra, Diário As Beiras, Campeão das Províncias e Notícias de Coimbra, a que junto o Sindicato dos Jornalistas, o Sindicato dos Professores da Região Centro, a Fundação ADFP, o Clube da Comunicação Social de Coimbra, a Humorgrafe, a Banda Futrica, a Loja do Sr. Falcão, o Ateneu de Coimbra, o Licor Beirão, a Livraria Magro, a Ediliber, a Biblioteca Municipal da Lousã e a Sociedade Filarmónica Lousanense.

Cornos ao sol para rir e chorar por mais.