CARLOS RICO
O alentejano é a vítima preferencial do
anedotário nacional. O alentejano é, geneticamente, o maior criador do
anedotário vivencial já que, na planura do quotidiano sempre soube sobreviver
com o sorriso do pensamento, às amarguras da opressão dos latifúndios, à secura
da planície, à solidão da luta do dia-a-dia. Não é pois de estranhar que entre
os principais cartunistas encontremos alentejanos de grande envergadura.
Carlos Rico é um alentejano de quatro
costados que, para além do sangue, da carne, do espirito, do empreendedorismo,
impõe o alentejanismo como filosofia vivencial e plástica. Natural de Moura
(1968), onde tem vivido toda a sua vida, é o responsável cenográfico das
atividades municipais, design gráfico, cartazista, decorador… destacando-se o
seu papel de criador, organizador e curador do Festival Internacional Moura BD
desde 1991, atividade que compartilha, quando tem tempo, com outras
participações plásticas. Como ilustrador, bandadesenhista e cartunista encontramos
colaborações suas na imprensa como “Diário do Alentejo” (em 1999 com "Beto, o traquinas" e, a
partir de 2003, em dupla com outro alentejano, Luís Afonso, a série
"RIbanho", assinada sob o pseudónimo de LUCA), depois, n’ “A Planície” (com a série
"Fecho... é claro", durante quatro anos); prosseguindo com
colaborações no “Jornal do Sporting”, “Além Tejo Económico”, “Record”,
“Bola Magazine”, “O Ás”, “Revista
da Água”, “Jornal de Almada”, “A Voz de Paço d’Arcos”, ”Notícias do Entroncamento”…. Ilustrou vários livros infanto-juvenis com
textos de Maria Eugénia Fernandes: “A canção do Pastor”, “Um céu de lata e Nas
nuvens também há flores”; “Manolito, o bixarrácu e a Fêra de Agohtú”;
“Manolito, o bixarrácu e o presépio encantado”; “Manolito, o bixarrácu e o
cahtélu de Noudá”.Publicou os álbuns de BD "A Moura Salúquia",
"HumoRico", "Um sorriso no... ar!", “Joaquim Costa Poeta de
Moura”. Em 2002 foi homenageado na Sobreda BD com o Troféu “Sobredão” e, em 2006, recebe o Prémio “Mais Ilustração” atribuído pela revista “Mais
Alentejo”.
Bandadesenhista,
ilustrador e cartunista, a sua paisagem humana e cenográfica tem sido sempre uma
homenagem ao seu ambiente natural, o Alentejo. No seu trabalho encontramos o
perfume, os sons, as paisagens, dessa terra dourada de sorrisos, de filosofia
popular feita paródia, crítica séria ao lado cómico do quotidiano social e
político, já que tudo acaba por ser política e o Alentejo é conhecido pelas
suas varas.
Carlos Rico é um dos maiores cenógrafos
dos humores contemporâneos, vividos no decor alentejano, razão pela qual o 24º
FIBDA resolveu homenageá-lo com o Prémio AmadoraCartoon / 2013 pela sua
carreira e arte.
O.M.S.
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