terça-feira, 8 de outubro de 2019
quarta-feira, 2 de outubro de 2019
terça-feira, 24 de setembro de 2019
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
NA LOUSÃ: 15ª FESTA DA CARICATURA, 5ª INTERNACIONAL começa dia 14 de Setembro
A Festa da Caricatura da Lousã,
que se realiza há três décadas e tem contado sempre com grande adesão do
público, desta vez é integrada no programa de celebração dos 40 anos da
Cooperativa Trevim, editora do quinzenário do mesmo nome. Uma organização Trervim. Coordenador Geral: Zé Oliveira. Coordenação de Exposições e actividades: Osvaldo Macedo de Sousa
Exposição 1
O programa, que arranca a 14 de
Setembro, vai até 11 de Novembro e aposta na descentralização de actividades
dentro do concelho. Assim, no próximo sábado dia 14, pelas 15:30, inaugura na
própria sede da cooperativa, na Rua dos Combatentes nº 3, a primeira de sete
exposições satíricas, intitulada “Trevim
no Espelho do Humor”. É uma retrospectiva temática de cartoons de Zé
Oliveira publicados no jornal Trevim, tendo sido seleccionados aqueles cujo
enredo é protagonizado pelo próprio periódico e sua editora. O mais antigo desenho exposto foi publicado
há 34 anos. Visitável até 4 de Outubro, no horário de expediente.
Exposição 2
FESTA DO HUMOR EM FOZ DE AROUCE,
COM EXPOSIÇÃO E CONVERSA
A primeira atitude de descentralização
ocorre nesse mesmo dia 14, às 18:00, com a inauguração da exposição “Fhotochistesis” - Fotografia Humorística, no Momo – Museu
do Circo, instalado na antiga escola de Foz de Arouce. É um conjunto de
trabalhos de Pepe Pelayo, um engenheiro cubano que trocou a sua formação
técnica pelo desempenho humorístico em diversas vertentes, tendo também trocado
a sua ilha pelo Chile, onde reside. Além de criativo no âmbito satírico, tem
assinalável bibliografia no domínio da filosofia do Humor, cujo tema também
pesquisa e estuda.
Este conjunto de imagens
fotográficas inusitadas que Pepe Pelayo nos exibe, é o ponto de partida para
uma tertúlia, aberta ao público, em torno do tema “Sorrindo com os Palhaços”.
Além de Pepe Pelayo, que estará pessoalmente, também participarão do
historiador da Caricatura Osvaldo de Sousa,
os Marimbondo enquanto anfitriões do Momo, Detlef Shaft e Eva Cabral
enquanto animadores cénicos. Também vão
estar na sala os cartoonistas Belisário, Carlos Sêco e Zé Oliveira, sendo
expectável uma boa participação de residentes em Foz de Arouce, bem como de
moradores na generalidade do concelho lousanense e limítrofes. A conversa vai
ser animada, até porque se prevê de palavra molhada.
Exposição 3
HUMOR BEIRÃO VAI À ESCOLA
A Festa da Caricatura prossegue
no dia 20, sexta-feira, na Escola Secundária da Lousã, onde se veio para Portugal ainda criança.
Presentemente é professor na Lousã e cartoonista no Trevim, de que já foi
director (e regressou recentemente à função de director adjunto).
Admirador da obra de Hergé, é no
traço dele que bebe as suas maiores influências gráficas. E possui uma das
maiores colecções portuguesas do universo Tintim. A sua exposição pode ser
visitada até 18 de Outubro.
Exposição 4
SORRINDO COM A PAZ, COM
CARICATURA E TERTÚLIA
A exposição “Sorrindo com a Paz”
é um vasto conjunto de trabalhos de cartoonistas internacionais que fazem, cada
um há sua maneira, uma reflexão acerca
dos eternos e lamentáveis conflitos da humanidade, sejam eles os belicismos
militares, a violência doméstica ou a litigância nas escolas.
A exposição inaugura a 28 de Setembro, sábado pelas 18h, na Biblioteca Municipal da Lousã. E encerra a 15 de Outubro. Os
trabalhos expostos são reunidos em catálogo que será apresentado em data a anunciar
oportunamente, que coincidirá com uma tertúlia que conta com a participação do
historiador Osvaldo de Sousa, especialista em assuntos de Humor, e um psicólogo
cuja confirmação se aguarda. Logo que confirmada disponibilidade, anunciaremos
a data. Essa tertúlia ajudará o público presente a compreender a importância de
não esquecermos os episódios terríveis da história ou as lamentáveis agressões
do dia-a-dia, recordando-os – por exemplo
através da caricatura, enquanto veículo de denúncia.
Exposição 5
A NOVA GERAÇÃO DO HUMOR ESPANHOL
Kap e Malagón, dois dos
humoristas de maior visibilidade na imprensa do país vizinho, exibem os seus
trabalhos no Museu Álvaro Viana de Lemos. A exposição inaugura no dia 4 de
Outubro, Sexta-feira, às 21:30. E oferece aos visitantes o brinde extra de um
sarau musical humorístico, pela banda Rumtátá, que ocorrerá no jardim do museu.
Esta exposição termina a 31 de Outubro. Os cartoonistas estarão presentes.
Kap, nascido em 1974, é
cartoonista do La Vanguardia, El Mundo Desportivo, etc., tendo dezenas de
livros publicados, alguns deles de investigação
no âmbito do desenho de Humor, desugnadamente publicações e autores.
Malagón, nascido em 1972, é cartoonista de El
País, El Mundo, Marca, El Jueves, etc. Antes de ser cartoonista e
enquanto estudante, esteve integrado em equipas de organização de salões de
Caricatura na sua cidade natal, Alcalá de Henares.
Exposição 6
EXPOSIÇÃO DE BD ‘HOMEM NA LUA’,
POR ONOFRE VARELA
O cinquentenário da chegada do
Homem à Lua, acontecido recentemente, é narrado numa banda desenhada de Onofre
Varela, que escreveu o guião e o desenhou. As pranchas podem ser vistas numa
exposição que inaugura na sede do Trevim às 15:00 de dia 5 de Outubro, um
sábado. Este trabalho foi recentemente editado em livro, que será apresentado
na altura. O autor estará presente para autografar as obras. A exposição
encerra a 11 de Novembro.
Exposição 7
HUMOR AQUOSO EM EXPOSIÇÃO DE RUA
Ampliados para 2 metros de
altura, são um conjunto de cartoons que visam sensibilizar a população para a
Importância da Água. Foram desenhados pelos participantes directos na Festa da
Caricatura e serão apresentados na sessão de Caricatura ao Vivo, após o que
passam a ser exibidos disseminadamente junto aos fontenários da Lousã até 11 de Outubro.
CARICATURA AO VIVO A 5 DE OUTUBRO
Há três décadas que a Festa da
Caricatura da Lousã (este ano na sua 15ª edição – 5ª Internacional) têm nas
sessões de Caricatura ao Vivo a nota máxima de adesão do público. Desta vez
ocorrem duas sessões, ambas na Alameda Carlos Reis, no dia 5 de Outubro, uma a
partir das 17:30 e outra às 21:30. Ambas contam com animação ambiente pela
Companhia Marimbondo, para reforço da boa disposição que decorrerá da
actividade de onze artistas, portugueses e estrangeiros, a desenharem presencialmente as caricaturas
de quem se ponha a jeito. São eles: os portugueses Belisário, Carlos Sêco, Luís
Costa, Mário Teixeira, Onofre Varela, Pedro Ribeiro Ferreira, Santiagu e Zé
Oliveira; de Espanha: Kap e Malagón; da Argentina, Omar Perez.
O catálogo das exposições, de 120
páginas, será apresentado durante a sessão da tarde de Caricatura ao Vivo.
AULAS DE HUMOR NA SECUNDÁRIA
Uma novidade da Festa da
Caricatura lousanense deste ano são as aulas de 50 minutos subordinadas ao tema
Humor, dadas em várias turmas da Escola Secundária. São ministradas pelos
caricaturistas da Festa, que vão desvendar, para os estudantes, alguns segredos
de como produzir Humor Gráfico e como coloca-lo ao serviço da sociedade.
FESTA DA CARICATURA PASSA A
BIENAL
Perante o êxito que a iniciativa
tem granjeado ao longo de 3 décadas, a Direcção da Cooperativa Trevim, com o
patrocínio do município lousanense, passa futuramente a dar carácter bienal à
Festa da Caricatura.
Lousã, 10 de Setembro de 2019
quinta-feira, 18 de julho de 2019
“Homem na Lua” de Onofre Varela no Museu de Imprensa do Porto inaugura dia 20 de Junho pelas 18h
A exposição das pranchas originais do livro de Banda
Desenhada Homem na Lua, de Onofre Varela, contando a odisseia do Homem
na conquista do espaço até à alunagem dos astronautas Neil Armstrong e Buzz
Aldrin, na noite de 20 de Julho, com saída para o solo lunar na madrugada do
dia 21 (faz agora 50 anos) vai ser inaugurada no próximo dia 20 (Sábado) no
Museu Nacional de Imprensa do Porto (Estrada Marginal, Freixo, junto à marina)
às 18 horas.
A exposição manter-se-à patente ao
público, sete dias por semana, até 30 de Setembro. Nesse mesmo dia será lançado
para os quiosques (pelos Diário Noticias e Jornal de Noticias) dos jornais o respectivo
álbum
terça-feira, 18 de junho de 2019
AS LISBOAS DE NUNO SARAIVA Desenhos Originais / Ilustrações Editoriais 19 JUN – 27 JUL - GALERIA SANTA MARIA MAIOR Rua Da Madalena, 147, 1100-232 Lisboa
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|
Nuno Saraiva
Ilustrador
Ilustrador
Trabalha no
The Lisbon Studio
r diogo do couto 1, 7E
r diogo do couto 1, 7E
1100-196 Lisboa
(a Sta. Apolónia)
(a Sta. Apolónia)
quarta-feira, 1 de maio de 2019
domingo, 21 de abril de 2019
Livros sobre Humor e caricatura com textos de Osvaldo Macedo de Sousa - CCXXXVIII - "Senadores do Espinhal" (2018)
Prefácio de Osvaldo macedo de Sousa, Fotografias de Margarida Macedo de Sousa. Texto de Paula Guimarães
sexta-feira, 29 de março de 2019
sexta-feira, 22 de março de 2019
COLÓQUIO José Vilhena: um humor fora de série Dia 23 de março de 2019 Salão Brazil-Coimbra
PROGRAMA
14.30h – PAINEL I
Luís Guimarães, In memoriam
do José Vilhena
Inês Brasão, «Deixa-te de
histórias e sê boa para mim.» As mulheres em José Vilhena
Moderador: António Pedro Pita (CEIS 20)
15.45h – INTERVALO
16.315h – PAINEL II
Álvaro Costa de Matos, A revolução no
“Humorismo Maldito”: o caso da revista “A Gaiola Aberta”, de José Vilhena
(1974-1975)
Osvaldo Macedo de Sousa, Vilhena e a Grotesca Sociedade Portuguesa
Moderador: António Rochette Cordeiro (CEIS 20)
18.00h – Visita
à exposição “CAPAS & CONTRA-CAPAS - desenhos dos livros de José Vilhena
publicados antes de 1974”, na Casa Municipal da Cultura (a confirmar)
21.30h – Representação
da peça “O Filho da mãe continua...por aí”, adaptação da trilogia do filho da
mãe, de José Vilhena, adaptação e encenação de João Paulo Janicas, pela Bonifrates, no seu Teatro-estúdio da Casa Municipal da
Cultura Coimbra
Organização: Bonifrates, Centro de Estudos
Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra – CEIS20 e Salão
Brazil
Apoio da Câmara Municipal de Coimbra
Contacto para informações:
cooperativabonifrates@gmail.com; 916615388
terça-feira, 12 de março de 2019
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
domingo, 3 de fevereiro de 2019
quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
"Colecção Boneco Rebelde” de Sérgio Luiz / Guy Manuel numa edição do Museu de Leiria /Câmara Municipal de Leiria
Se a exposição Rebeldes: Sérgio Luiz / Guy Manuel já não
esta patente no Museu de Leiria não podemos de deixar de destacar a
extraordinária edição "Colecção Boneco Rebelde" realizada para
este evento. Todas as pranchas de BD destes dois jovens autores (desaparecidos
prematuramente em 1943 acabados de sair da puberdade e que para além de autores
bedéfilos são os pioneiros da animação portuguesa) foram recuperadas por José
Oliveira, numa edição editorial coordenada por Vânia Carvalho e José Oliveira.
São 4 álbuns: “1 - Aventuras do Boneco rebelde”; “2 – O Livro Mágico”; “3 – O
Boneco torna a sair do Frasco”; “4 – A Ilha Misteriosa” e um 5 volume como
roteiro da exposição, que no caso editorial contextualiza a biografia e obra
destes jovens artistas leirienses. A "Colecção Boneco Rebelde" é um
extraordinário trabalho e sem duvida um marco na historiografia da BD e
ilustração Portuguesa..
É uma edição da Câmara Municipal de Leiria / Museu de Leiria
com uma tiragem pequena por isso quem estiver interessado deve contactar
rapidamente o Museu de Leiria (museudeleiria@cm-leiria.pt)
para os adquirir. 5 volumes numa caixa de design magnifico.
Uma recuperação e homenagem exemplar, que raramente encontramos nas
autarquias, principalmente numa época em que a cultura, as artes gráficas tem
cada vez menos apoios dos políticos, dos governos locais e centrais. Sei do que
falo porque já trabalhei com mais de meia centena de autarquias, com uma média
de 5 a 8 autarquias diferentes em cada ano e neste momento trabalho com uma
casualmente
.
domingo, 27 de janeiro de 2019
ZÉ MANEL (José Manuel Domingues Alves Mendes) O TALENTO E A SENSUALIDADE por ANTÓNIO GOMES D'ALMEIDA
Geralmente considerado um dos mais talentosos ilustradores portugueses, a
sua arte manifestou-se sob várias facetas, desde as Capas e as Ilustrações de Livros
à Banda Desenhada, aos Cartazes, ao Cartoon, à Caricatura e, até, ao Vitral. E
será, provavelmente, essa dispersão por tantos meios de expressão da sua Arte
que fez com que demorasse algum tempo, antes de ser tão conhecido do grande público,
e de ter a projecção mediática que o seu enorme talento merece. Quando apareceu,
mostrando a sua arte como ilustrador, o que mais atraía era a forma espectacular
como desenhava belas garotas, cheias de charme e de sensualidade. E essa faceta
nunca deixou de ser uma das imagens de marca deste excelentíssimo Desenhador.
Peço
licença para apresentá-lo na primeira pessoa do singular – porque o acompanhei,
praticamente, desde o seu início, e porque verdadeiramente singular era já o
talento do Zé Manel, quando apareceu, tinha então uns 17 anos, na redacção do
semanário “Parada da Paródia”, que eu
então dirigia (estávamos em 1961), levando consigo alguns desenhos, entre os
quais uma ilustração que vinha mesmo a calhar para acompanhar o texto de um
disco, acabado então de publicar, de uns apelidados “Jograis de Lisboa”. A ilustração e o texto do disco ajustavam-se
perfeitamente. Publicou-se esta primeira ilustração – e publicaram-se depois,
nos números seguintes, muitos -- mesmo muitos! -- mais cartoons, ilustrações, bonecos
diversos (sobretudo, “bonecas”…) que eram testemunhos muito expressivos de um
talento fora do comum. Quisemos saber quem era aquele jovem talentoso. E assim fomos
conhecendo mais aspectos da vida deste José Manuel Domingues Alves Mendes, que
assinava Zé Manel, ou, mais
simplesmente, ZM. Que tinha nascido
em Lisboa, em Janeiro de 1944. Que fizera o curso de desenhador-litógrafo na
mítica “António Arroio”. Que era filho de outro Artista, já desaparecido, que
assinava “Meco” e trabalhara em
várias revistas e jornais. Tinha visto a sua fotografia publicada no “Pim-Pam-Pum”, quando tinha 5 anos de
idade. O “Século Ilustrado”
mostrara alguns dos seus primeiros desenhos, aos seis anos, acompanhados de
fotografia e reportagem biográfica. Em 1959, tinha publicado as primeiras
anedotas em “Os Ridículos”.
Soubemos ainda que vivia, nesse tempo, com a mãe, na Rua Augusto Gil
(onde continuou a viver, depois com a mulher e um dos seus dois filhos, pois a
mãe já morreu há muitos anos, depois de ter perdido a vista na fase final da
sua vida). Que era por causa de uns problemas visuais importantes -- coisa de
família -- que ele usava óculos com lentes muito grossas (e continuou a usar,
pois os problemas visuais seriam crónicos e hereditários)…
E (pormenor
pitoresco) que tinha uma verdadeira fobia, um quase terror, perante tudo o que
se refere a… impostos!... Nada de ouvir falar de Finanças, declarações de rendimentos,
taxas, IVA, IRS, sem ficar completamente transtornado!... Era mais forte do que
ele. Por isso, quando combinava a verba que havia de receber por qualquer
trabalho, a primeira coisa que fazia era puxar mentalmente da calculadora e
avaliar quanto é que lhe ia ser descontado em impostos!... Sempre foi assim,
desde muito moço – e assim continuou a ser, por mais que os amigos argumentassem,
tranquilizando-o e dizendo-lhe que não valia a pena andar angustiado com tal
assunto… Era irremediável: sofria mais com esse aspecto do seu trabalho do que
com o trabalho propriamente dito, por mais difícil e complexo que este fosse…
Mas, pondo de lado esta espécie de mania e estes episódios,
meio pitorescos, que o traumatizavam, o que é certo é que o seu trabalho é
excelente – e mesmo, frequentemente, genial! Embora a sua popularidade se tenha
firmado através, sobretudo, dos cartoons e das ilustrações ligeiras, de um
Humor com certo cunho erótico, as ilustrações para livros (particularmente
Livros Escolares) são, geralmente, de altíssima qualidade e podem ser
comparadas com o que há de melhor, a nível mundial, nesse campo. Podemos,
assim, destacar dois aspectos principais da sua Arte: aquele em que dá largas à
imaginação e à voluptuosidade que transmite aos seus desenhos, sobretudo às
figuras femininas – e a capacidade extraordinária para ilustrar obras tão
importantes como uma “Seara de Vento”,
de Manuel da Fonseca, ou “Os Maias”,
de Eça de Queiroz, com estilos diferentes, mas a mesma Arte verdadeiramente
genial.
A
isto, há a juntar a arte do Vitral, que começou a praticar, muito novo, no
ateliê de um tio, mestre dessa modalidade artística, e com o qual executou
trabalhos verdadeiramente notáveis, para igrejas e para residências
particulares.
O Zé
Manel, no seu período de vida militar, trabalhou muito para o “Jornal do Exército”, com páginas que –
como se dizia então – serviam para elevar o moral das tropas destacadas para
combater nas Colónias de África... E trabalhou depois com o autor deste texto,
em, praticamente, todos os trabalhos gráficos que este fez, depois da “Parada da Paródia”. Assim, ilustrou uma apreciadíssima
página de Humor, durante cerca de 20 anos (!), no “Magazine Regisconta”. Fez muitas capas e muitos bonecos para a “Bomba H” (1963 a 1978), para “A Chucha” (1975) e para “O Cágado” (1978).
Mostrou amplamente a sua veia humorística na revista “Rádio
& Televisão” e em “O Emigrante”. Ilustrou os livros “Manual da
Má-Língua” (publicado antes do 25 de Abril, e devidamente apreendido pela Censura),
e “Os Salazarentos”, que saiu em
1975, além dos 4 álbuns das “Histórias do
Renato, um Menino muito Chato”.
O
livro “Como era antes de haver” saiu
em 2008, foi adoptado pelo Plano Nacional de Leitura, e, no mesmo ano, ilustrou
“Os Maias – Uma Análise ilustrada” e
“História e Histórias de Santiago do
Cacém” (que teria nova edição, com novas ilustrações, cinco anos depois).
Finalmente, em 2013, as suas ilustrações para o livro “Manuel da Fonseca e a Sua Gente” foram muito elogiadas. Como se vê,
um volume de trabalho notável, aqui apenas resumido, e todo ele com a habitual
qualidade que se tornou sua imagem de marca.
Não
pode, todavia, deixar de destacar-se a verdadeira orgia gráfica que deixou
espalhada pela obra “Macau a Tinta da
China”, um livro verdadeiramente impressionante, com textos de Dinis de
Abreu, encomendado pelo Governo de Macau, à época da transferência daquele
território para a China. É um dos álbuns mais geniais na história da Ilustração
Gráfica Portuguesa
Na
sua longa vida profissional, o Zé Manel colaborou numa imensa lista de jornais,
revistas e outros tipos de publicações – como desenhador de Histórias em
Quadradinhos, ou ilustrador de contos infantis – e numa enorme série de livros
didáticos. Na verdade, a lista das suas realizações no campo gráfico é
impressionante. Trabalhou longamente no “Diário
de Notícias”, no “País” (aqui
deixou uma notável série de 36 caricaturas de políticos, absolutamente
extraordinárias), além do “Fungágá da
Bicharada”, “O Brincalhão”, “Pisca-Pisca”, “Pão com Manteiga”, e muitíssimas outras publicações.,
Esteve presente em todos os Festivais Internacionais de
Banda Desenhada da Amadora, tendo aí sido distinguido com o “Prémio de Honra”. Uma bela exposição dos
seus trabalhos, sob o tema “Eros uma
vez…o Humorista Zé Manel” deu origem a um catálogo (feito por Osvaldo
Macedo de Sousa para o MouraBD) que é um repositório do aspecto mais sensual da
sua obra.
Mas também outras publicações (cita-se apenas, como
exemplo, “In Politiquices”, com cartoons
e ilustrações sobre a Política nacional) mostram a versatilidade do seu
talento.
Está
representado em inúmeras colecções particulares e também, por exemplo, no Museu Sammlung Karikaturen & Cartoon, de Basel, na Suíça.
Alguns dos seus projectos interessantes ficaram por
realizar, muitas vezes por falta de coragem das Editoras – mas é curioso
verificar como, nestes casos, o Zé Manel, ao saber da não-concretização de um
projecto, tinha uma reacção típica: - Ainda
bem, é menos um imposto que teria de pagar no ano que vem…
sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
“Prémio Reconhecimento (no âmbito do Humor)” outorgado a Osvaldo Macedo de Sousa pelo Jornal / Cooperativa TREVIM da Lousã
Quem diz que não necessita de reconhecimento pelo seu
trabalho mente. Todos nós necessitamos de ser reconhecidos para nos manter motivados
e para sentir que todo o nosso trabalho valeu a pena. Acabei de receber o
troféu “Prémio Reconhecimento” no âmbito do Humor, o qual foi outorgado pelo
Jornal / Cooperativa “Trevim” da Lousã, no âmbito das comemorações dos seus 50
anos.
Sim a Lousã é o concelho que mais tempo tenho colaborado.
Desde 1988 até aos dias de hoje. Nessa data iniciei a parceria de levar todos
os anos a exposição do Salão Nacional Humor de Imprensa (que esteve em Porto de
Mós e depois passou para Oeiras até 2006). Depois coordenei exposições
específicas para a Lousã, colaborei em Festas da Caricatura, textos para
diversos livros, escrito artigos para o jornal, fui cocoordenador do Supl.
Humorístico “Bronkit”.
Este é um Prémio institucional privado, não um
reconhecimento institucional público pois nunca uma autarquia achou importante
reconhecer o meu trabalho. Se trabalho no Concelho da Lousã há 30 anos,
trabalhei para a Câmara Municipal de Vila Real durante 34 anos, para a Câmara
da Amadora durante 20 anos, para a Câmara Municipal de Oeiras durante 15 anos,
para a Câmara Municipal de Moura e de Penela durante 10 anos e para muitas
outras autarquias. No total as exposições que tenho levado ás autarquias de
todo o país já ultrapassam as 3 centenas de exposições. Tenho textos escritos
em mais de duas centenas de livros, muitos deles com biografias inéditas,
recompilações temáticas de âmbito humorístico, para além de múltiplos concursos
onde tenho outorgado centenas de prémios aos artistas nacionais e estrangeiros.
Infelizmente não há reconhecimento politico e isso nota-se na falta de trabalho, já que tenho cada vez menos autarquias a quererem as minhas exposições de humor. Há cada vez menos autarquias (políticos) a gostarem do humor. Têm medo de ensinar a irreverencia como forma de educação e construção de um futuro melhor.
O meu trabalho tem sido reconhecido? Sim, pelo carinho dos
artistas (em 2006 um grupo de artistas nacionais deu-me um “Óscar da
Caricatura” como homenagem pelos 25 anos de produção cultural), pelos e.mails
que recebo de artistas dos cinco continentes. Para além do “Prémio Reconhecimento”
outorgado agora pelo Trevim, em 1998 o Festival de BD de Moura outorgou-me o
Prémio “Balanito Especial” e em 1999 a cooperativa GICAV de Viseu outorgou-me o
“Prémio Especial Anim’Arte 99”.
Obrigado Trevim, obrigado a todos os artistas que tem
confiança no meu trabalho e me têm apoiado nas minhas iniciativas.
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