segunda-feira, 21 de abril de 2014

40 Anos de Abril - Uma vâ memória de um sonho, de uma esperânça

O Parlamento Português - ou seja a panela presidencial e partidos governantes e ex-governantes) tem razão em não deixar que os militares e outras expressões, que não sejam os mafiosos, corruptos que açambarcaram a liberdade e a democracia para os seus interesses pessoais


Carlos Rico

Carlos Rico

Zé Oliveira

Zé Oliveira

Hermínio Felizardo

Álavro

Ricardo Galvão

"Outro Abril" Telmo Quadros

José Monginho

Livros sobre Humor e caricatura com textos de Osvaldo Macedo de Sousa - CLXXXVIII - 6.900 dias de Cartoon de Carlos Laranjeira


Livros sobre Humor e caricatura com textos de Osvaldo Macedo de Sousa - CLXXXVII - Republica das Artes - Caricatura

2010 Capa de Vasco Gargalo

Crónica Rosário Breve - Em modo leitor antes que a reforma nos falhe por Daniel Abrunheiro


E de diverso modo não cuidara eu jamais, que pronto & aprontado sou & estou & sinto, antes vingo & vinco dos humanos circo-instantes os detalhes alguns de seus corpos ao meu idênticos mas deveras outros, de fábrica outra e para outros préstimos.
Pouca me dura cada cigarro, que na sinistra esqueço cinzardendo mentre a dextra labora & lavora linhas que ao Diabo não lembraram & a Deus não aprouveram, o contrário de ambas coisas sim, ou talvez, nisto de certezas nem o remédio tem mal nem o mal é não ter remédio.
Sobre pano de relvado defrontante, nódoa limpa de pomba sozinha, que o chão está lendo de boca decifradora de rimas afinal migalhas, fulgura fresca & voluminosa, bem alimentada anda tal ave municipal, pois que de todos autarquia & de ninguém posse, no concreto como no abstraído, longa delonga me mereceria a explicação, que não merece nem haver vai, gravura sim & dada está.
No entrementes, cuidadosa carícia falsa iço à asa narigosa a barlavento da cara, por ali me migar miúdirritante prurido um danado retorcido pêlo do ranho seco emerso, descambando a carícia, por falsa, em traidor sacão puxante, que lágrima pronta & fervente me faz estrelar em névoa ao olho do mesmo lado do vento facial mas em glória de pêlo caçado interpolegaríndex.
Derredor-me, esplanadociosos sem utilidade nem utilização como eu, como eu se espraiam estios de imaginação, dado o que chove & é muito, cumprindo-se do neomês aprilíneo a prestação prima a que novecentas & noventa & nove outras se cumularão, pluvial conta que a Abril torna toante de mil.
Casal antigo a dois cães não novos atrelado vem oxidoxigenando-se em paulatino ambular por berma-rio, do hemisfério cardiosquerdo assustados por via das recrudescentes arritmintermitências e do direito meio pelo que aí vem, já veio & mais há-de vir de cortes brutais em as respectivas aposentações já de si, deles & delas, fracas.
Em montra de bazar electrodomesticante, ardem a frio aparelhos de recep(ta)cão televidente, em cujos luz & brilho rutila a alvar euforia dos pogroms da manhã para holocáustico gáudio dos pupilos do doutor Alzheimer, esquecidos até do que lhes roubaram, roubam e mais hão-de roubar à reforma, como ao casal de cães passeante, em impenitente procissão matinodiária à laica nossa-senhora-da-acefalia.
Alvíssara não de somenos, todavia, ei-la que se me plasma ao par de lentes, bifocal & trifatal, uma alta amazona de botas altas também, visão substanciosa de torre fêmea toda empedrada a leite & a torresmos de nata viva, rescendente humananimal a cabedal feito de humana seda animal também mas seda, mas voluptuosa seda a alheio tacto destinada, ó mal de mim, fulgindo dela a adaga de cada mão e a safira de cada olho, perdoando-Vos eu de mais & maior minúcia no temor respeitoso de Vossa mulher conVosco estar isto lendo também.
Como quem a coisa não quer, mas quero, conto as linhas por mano escritas já, isto no cuidado de, por eventual demasia verbochilreante, acabar embaraçando o bom Vítor Arsénio, do departamento gráfico oficiante mandador nesta Casa tão ao Outono símile porque de folhas feitas também e sacerdote o mais sumo no que a caracteres, palavras, colunas, esquadrias e maismacintoshices respeito diz, que sem tal prestidigitador nem por ilusão O Ribatejo, fechado enfim, ao almoço de quarta-feira haveria de chegar, quanto mais ao lume e à luz das quintas a que teimosamente vem saindo há trint’anos quase.

Posto que um derradeiro parágrafo possível me surge restante, ele o voto devota & incensamente à insígnia nunca insignificante do meu Leitor, que, se a meu par aqui chegou, também não haveria de ser agora que comigo se não achegasse a nenhures, que é onde, há quase sete anos já e em página última sempre, fiel & lealmente nos encontramos, cinza que somos, à guisa destoutro cigarro que entretanto também esqueci mas a ele, Leitor, não, nunca & jamais, em de verso modo. 

sábado, 19 de abril de 2014

sexta-feira, 18 de abril de 2014

18 de Abril 1914 / 18 de Abril de 2014 - Centenário da Chegada de Correia Dias ao Brasil

Auto-caricaturta 1912
FERNANDO CORREIA DIAS E OS PIONEIROS DO MODERNISMO
NO CENTENÁRIO DA SUA CHEGADA AO RIO DE JANEIRO A 18 DE ABRIL DE 1914

Por: Osvaldo Macedo de Sousa

            A História é um processo de reescrita eterna, moldada, não apenas, pelas correntes historiográficas, mas essencialmente pela constante redescoberta de documentos e de testemunhos novos… O Modernismo é um desses períodos que ainda tem muitos hiatos por reescrever. Se já é aceite que o “Grupo de Coimbra” foi um impulso fundamental que levou ao desenvolvimento do pensamento e da obra modernista; estando já razoavelmente estudados Christiano Cruz e Luíz Filipe Rodrigues… ainda há muito por revelar sobre outros pioneiros como Álvaro Cerveira Pinto, António Balha e Melo ou Fernando Correia Dias.
            Comemorando os 120 anos do nascimento (em 2012) e o centenário da chegada ao Brasil (em 2014) a editora brasileira Batel acaba de lançar um super álbum sobre o luso-brasileiro “Fernando Correia Dias, um poeta do traço”.

A génese Conimbricense do Modernismo

            A História “clássica” aponta a “Exposição dos Livres”, realizada em 1911 em Lisboa, como o “momento” revolucionário que impulsionou as artes plásticas para a modernidade, apesar de toda ela ser super-académica, com excepção das obras irreverentes do humorista Emmérico Nunes. Na realidade, a única diferença entre esta e as outras que por cá se realizavam está no título – dos Livres… Contudo, a história irreverente da caricatura portuguesa tem outra leitura desta génese modernista, ao desviar o olhar da capital para a província, mais concretamente para a cidade universitária de Coimbra onde a sorte confluiu, temporalmente e ideologicamente, num grupo de jovens que no seu contacto estudantil, descobriram o desenho e a irreverência estética, procurando no experimentalismo gráfico desenvolver uma nova linha ideológica e estética, como expressão pessoal e colectiva.
            Em 1908, Fernando Correia Dias e Christiano Shepard Cruz mudam-se para Coimbra, para prosseguirem os estudos liceais (na época só havia 3 Liceus em Portugal com o Curso Complementar - 6º e 7º ano). Em 1909, pelos mesmos motivos, chega Álvaro Cerveira Pinto. Estes três jovens, em cumplicidade com outros de tendência mais literária, fundam o jornal do liceu “O Gorro” (14/11/1909 – 27/5/1910), entrando logo de seguida também na aventura de “A Farça” (20/12/1909 – 27/4/1910), liderada agora por um estudante universitário, Luiz Filipe Rodrigues. Este quarteto desenvolve uma ruptura gráfico-ideológica que, em breve, se expandirá para o resto do país através do humor gráfico.
            Se, nesse longínquo 1908, Amadeo de Souza-Cardoso discutia epistemologicamente com Manuel Laranjeira a modernidade na sua pesquisa da caricatura sintética, o “Grupo de Coimbra” fazia-o também nas suas tertúlias boémias, não nos deixando registo escrito das suas ideias, dúvidas ou certezas, apenas conhecendo as suas opções práticas desenvolvidas na imprensa. Só a partir de 1912, através de uma série de testemunhos de Christiano Cruz sobre a actividade da Sociedade dos Humoristas vamos conhecer a base desse ideário conimbricense. No essencial, a ruptura estético-ideológica centra-se na defesa de uma arte irreverente, mas apartidária, de uma arte pedagógica em que a criação está ao serviço da educação da sociedade na liberdade de expressão, na critica às más tradições e construção do bom gosto aliado a despojamento do supérfluo naturalista e na aceitação do progresso como a via do futuro modernista. Europeísta, mas sem abandonar os aspectos de qualidade estética nacionalista.

Balha e Melo por Correia Dias (1911)

Correia Dias o poeta do traço português

            Do “Grupo de Coimbra”, Fernando Correia Dias seria o único que prosseguiria na carreira artística, já que este encontro, esta encruzilhada de irreverências, de sonhos e utopias foi breve. Em Outubro de 1910 Christiano Cruz muda-se para Lisboa onde evangelizará a juventude da capital, mas que, desiludido com as traições, ciúmes e invejas do meio artístico se “suicidará” artisticamente em 1919 quando parte para África, como veterinário, deixando praticamente de desenhar; em Novembro de 191, Álvaro Cerveira Pinto falece; em Julho de 1912, Luiz Filipe, terminado o curso de Direito, parte para o seu Minho natal, afastando-se aos poucos das artes, para que o jurista sério não seja incomodado pela áurea do artista irreverente. Entretanto, ou seja entre Novembro de 1910 e provavelmente Fevereiro de 1911, o jovem José Almada Negreiros passa por Coimbra, onde nas boémias acabará por beber a influência artística de Correia Dias e Luiz Filipe, para depois, em Lisboa, aceitar Christiano Cruz como seu orientador nos primeiros passos da irreverência gráfica.
            Fernando Correia Dias nasceu, fisicamente, no Lugar da Mata – Penajoia – Lamego, a 10 de Novembro de 1892 mas, como artista, germinou na cidade de Coimbra, nas tertúlias boémias do grupo que se desenvolveria à volta de “O Gorro”, “A Farça”, “A Rajada”… A pesquisa de um novo traço, de uma expressão mais livre, conduziria o lápis de todos eles para a síntese e para a intervenção social da arte. Correia Dias encarará, desde logo, a sua actividade como uma missão no conceito filosófico das “artes & ofícios” ruskiniano.
            Director Artístico dos primeiros números de “O Gorro”, daria logo a sua marca como designer na paginação e vinhetas, as quais, vêm assinadas pelo seu pseudónimo “tira-linhas”. Esta assinatura manter-se-á nas colaborações para “A Farça” e “Limia”.
            De 1908 a 11 é o período de auto-descoberta, do domínio da mão, da investigação estilística através das tertúlias, da leitura de imprensa estrangeira e de uma brevíssima viagem a Paris. 1912 será o ano de viragem, de ruptura do projecto de futuro vaticinado pela família, cortando com os estudos universitários, optando por uma carreira artística.
            O facto do “Grupo de Coimbra” se ter desenvolvido à volta de projectos jornalísticos, de tertúlias estudantis mais vocacionadas para a discussão literária que a plástica, molda o carácter e a filosofia criativa de Fernando, numa visão mais humanística, onde toda a expressão, todas as técnicas e meios são fundamentais para um criador completo, desde o design básico da página, passando pela caricatura, ilustração, cerâmica, pirogravura, marcenaria, desenho arquitectónico, decoração de interiores à publicidade gráfica ou decorativa de montras, não esquecendo de contribuir com um vocalizo na arte musical.
            Para além da Tuna do Liceu, pertencerá posteriormente ao Orfeon Académico que, para além de lhe ter proporcionado uma visita a Paris (Abril de 1911), lhe lançará um desafio que despoletará a viragem da sua vida. Após Paris, onde só cantaram, o projecto seguinte é ir ao Rio de Janeiro não só cantar, como realizar uma exposição da sua obra pictórica com o tema de Coimbra. Aqui, o seu papel de artista plástico era já um posto entre os estudantes e, inclusivé, entre os “Futricas” (a população conimbricense não estudante). Nas actuações do Orfeon, para além de cantar no grupo, era também o responsável pela animação dos espectáculos, com a realização de caricaturas ao vivo (acompanhado por um novo membro do “Grupo de Coimbra”, Balha e Melo), fazer o design dos programas ou organizar iniciativas como as conferências de Leal da Câmara…
            A deslocação do Orfeon ao Rio de Janeiro foi sendo adiada de mês a mês, de ano a ano, mas o desafio estava lançado e o entusiasmo nunca esmoreceu, criando uma obra extraordinária para a época, em que ultrapassou a centena de trabalhos. Essa criação orientou o seu dia-a-dia, ao mesmo tempo que, para sobrevier, ia respondendo às encomendas locais e nacionais, como cartazes, ex-libris, móveis, campas funerárias, vitrais, pirogravuras, cerâmicas, design de revistas, capas, ilustrações…numa abordagem polimórfica, impondo-o como um pioneiro nos mais variados campos do modernismo, incluindo o primeiro auto-anúncio, estruturado como tal com ilustração, na sua revista “A Rajada”.    Este último título é a revista icónica do modernismo conimbricense e nacional, porque aí se encontra a obra madura dos artistas do “Grupo de Coimbra” (com natural ausência do já falecido Cerveira Pinto), com a inclusão dos “novos”, como Almada Negreiros, Jorge Barradas, Silvio Duarte, para além de um riquíssimo plantel de intelectuais como o Director Literário Afonso Duarte, Nuno Simões, Vergílio Correia, Veiga Simões, João de Barros, Manuel Laranjeira, Jaime Cortesão… O simbolismo filosófico e a síntese gráfica dominam o movimento criativo ligado à “Renascença Portuguesa” cujo porta-voz jornalístico “A Águia” Correia Dias também era colaborador.
           
Christiano Cruz por Correia Dias
Correia Dias, para além, das colaborações em “A Águia” (e criação da capa da segunda série), “A Sátira”, “Alma Académica” e “Ilustração Portuguesa”, foi Director Artístico de “A Rajada”, “Gente Nova” e da projectada revista “Terra Mãe” de que só faria a capa 0, porque foi um projecto que não vingou.
Entretanto, a sua criatividade não parava e em 1912, como balanço desse esforço, realiza a sua primeira exposição individual em Agosto, no Espaço Gymnasio, ao mesmo tempo que ia decorando algumas montras com obras suas. Esta exposição magna, ou parciais, não tinham verdadeiramente como objectivo a venda, já que necessitava de toda essa obra para a referida exposição carioca, mas as necessidades fizeram com que algumas peças fossem mesmo vendidas, logo substituídas por outras que em 1914 somam o montante de 98 obras expostas em nova exposição, agora no seu próprio ateliê, antes de seguirem para o Salão da Ilustração Portuguesa, onde Lisboa - o país, pode descobrir a obra genial deste jovem artista. Os críticos frisam que esta é a melhor e mais irreverente exposição realizada naquele conceituado espaço, uma pedrada no charco amorfo de uma capital com muitas intenções ideológicas, intenções plástico revolucionárias e raras concretizações na ousadia e vanguardismo modernista. Surpreendeu não só a diversidade de estilos, onde incluía pintura cubista, cerâmicas abstraccionistas, caricaturas expressionistas, ou paisagens simbolistas, como a diversidade técnica deste jovem artista. Surpreendeu os críticos, sem os chocar, como o faria Amadeo de Souza-Cardoso, razão pela qual acabou por, finda a exposição, ser logo esquecido, entrando os modernistas/orfistas/futuristas lisboetas na modorra dos debates inconclusivos de café sem avançarem, verdadeiramente, para a criação da obra revolucionária de vanguarda. Não era intenção de Correia Dias ser um revolucionário, apenas queria fazer a sua obra, fazer a sua vida a qual estava projectada como passo seguinte seguir finalmente para o Rio de Janeiro, onde chega em Abril de 1914.



Correia Dias, o poeta do traço modernista brasileiro

            No cais do Rio seria recebido de braços abertos pela intelectualidade literária e jornalística que, de imediato, arranjam o Salão da Associação dos Jornalistas para realizarem tão esperada exposição que inaugurou a 5 de Maio. O sucesso foi tão abrangente como o de Lisboa, mas com consequências diferentes. Estava ainda na mente de Fernando um possível seguimento para Paris, onde pensava expôr de novo, mas a venda da maioria das peças (que não estavam à venda em Lisboa, tendo sido contudo desfalcado de uma peça quando foi confrontado com o pedido do Presidente da República), os múltiplos convites de trabalho da sedenta sociedade carioca e a posterior explosão da Grande Guerra na Europa fez com que Fernando se deixasse embalar no futuro risonho que se esboçava naquele continente.
            O Rio de Janeiro vivia ainda um momento de reestruturação do urbanismo, reconstruindo-se a cidade na modernidade cosmopolita, acompanhada, naturalmente, por uma tentativa de revolução social, numa filosofia europeísta que queria apagar a “mancha” colonial” do fazendeiro rico, para uma sociedade moderna em que o ideário cultural procurava absorver todas as influências internacionais, principalmente francófonas. Dentro desta dinâmica de renovação, a indústria tipográfica luta pela recuperação do seu atraso tecnológico, não só na qualidade de impressão, como na produção de papel, agrupando à sua volta as mais variadas mentes criativas na pesquisa de novas linhas gráficas, novas estéticas de design que cativem o publico, e que incentivem o consumo. Fernando chega na hora certa para integrar e até liderar parte desse núcleo de pioneiros do desenho gráfico e da ilustração modernista.
  Chega com o epíteto de caricaturista, já que essa era a designação comum para os desenhadores de imprensa, e continuará a realizar, de vez em quando, caricaturas pessoais e ilustrações humorísticas, mas a sua principal valia é que Correia Dias não era apenas um esteta, mas também um técnico que dominava as múltiplas técnicas artesanais e mecânicas. Já em Portugal, sendo responsável como Director Artístico de periódicos, era também responsável pela paginação, ilustração, diafragmação e montagem, ou seja, o homem dos sete ofícios que resolvia todos os problemas. No Brasil, apesar de não ter de assumir todas aquelas funções, ao ser convidado para director artístico de Gráficas e de periódicos, desenvolveu novas técnicas, novas linhas de desenvolvimento do design gráfico carioca. A sua aposta, prazer, dedicação, foi essencialmente no desenho gráfico das revistas, dos livros, das páginas como capista, paginador, ilustrador de poemas / crónicas / contos… ex-librista, publicitário… revolucionando estas artes no universo carioca. Dispersou o seu talento por dezenas de títulos, nomeadamente: Fon-Fon / Revista da Semana / O País / Selecta / Front / Rio / Revista Nacional / Boa Nova / D. Quixote / Apolo / A Época / A Manhã / Brazilian American / Ilustração Brasileira / O Globo / O Jornal / O Radical / O Malho / A Rajada / Arvore Nova / Terra de Sol / Ilustração Musical / O Cruzeiro / Festa / A Nação / Diário de Notícias
           
Ele viveu toda a sua vida preferencialmente nos meios literários e a poesia será sempre a linha filosófica, o traço orientador da sua vida e da sua criatividade. Esse risco literário-grafico foi desenvolvido como uma construção lírica e cenográfica da página. Não é um estilo fechado à volta da sua assinatura, nem uma corrente estética uniformizada por modismos, mas sim uma explosão da versatilidade criativa, da genialidade polifacética do artista que, em vez de impor ditatorialmente uma estética pessoal, adapta-se em cada criação a cada obra, dialogando, comungando com o escritor a sua veia estilística, respeitando cada conteúdo numa interpretação lírica objectiva, com cenografias que tanto podem viajar até à iluminura mediavelista, como nos transportar ao fantástico arabesco, do exotismo do extremo-oriente ao naturalismo puro, do barroco ao sintético, do modernismo ao deco… com a sombra do simbolismo sempre presente. Esta mesma filosofia criativa reinará no design dos livros, onde foi pioneiro de uma escola gráfica modernista brasileira, com uma produção que ultrapassa as cinco dezenas de títulos.
  Entretanto, temos de referir que, se em Portugal Correia Dias usou temporariamente o pseudónimo de “tira-linhas”, a partir de 1917 viverá uma vida dupla de criatividade usando o seu próprio nome ou assinando como “esp”, uma marca iconográfica que sugere um pseudónimo, ao mesmo tempo que, fazendo uma análise caligráfica, podemos defender que mais não é que as suas iniciais “cd” em escrita corrida. Sendo “esp” ou “cd”, é uma assinatura que convivendo com a “correiadias”, veio dificultar a identificação de muitas das suas obras, já que não sendo um anagrama bem legível pelos historiadores de hoje, faz com que muitos deles não lhe atribuam as referidas obras. Isto acontece a partir de 1918 e, segundo creio, usada pela primeira vez na "D. Quixote".
          
  O mercado livreiro acabará por ser a ponte que o manterá, ocasionalmente, ligado à pátria lusa, como capista e ilustrador de edições da “Renascença Portuguesa” e outras editoras, em títulos como “Tragédia do Sol-posto” de Afonso Duarte (1914), “A Forja da Lei” de Joaquim Madureira, “A Zagala” de Costa Macedo (1915), “Etnografia Artística Portuguesa” de Vergílio Correia (1916), “Humus” de Raul Brandão (1921), “Itália Azul” de Jaime Cortesão (1922)… No Brasil a sua acção de capista e ilustrador bibliográfico estende-se por mais de sete dezenas de títulos.
            Mas a sua criatividade multifacetada não se restringiu ao universo tipográfico, já que a sua irreverência também abordou as artes decorativas, nessa função social modernista ruskiniana de embelezar o quotidiano. A sua actividade abordou o mobiliário de casa ou urbano, a tapeçaria, a marroquinaria, o metal, a cerâmica… numa exploração preferencial por uma arte nacionalista (corrente nativista) em que o deco-carioca, moldado pela recuperação da arte amazónica marajoara, teve especial relevo. O neo-marajoara será um estilo iconográfico de Correia Dias que deixará marca profunda no Rio dos anos vinte. Infelizmente, devido à dificuldade de identificação da autoria neste género de obras “artesanais”, a maior parte das suas criações vivem anonimamente nas residências da cidade carioca.
            A par da vida criativa há sempre a vida privada, de amizades, de família que, em Correia Dias não podia estar desligada da poesia. Em 1922, temos notícia do seu casamento com a revelação poética do momento, a escritora Cecília Meirelles, que virá a ser um dos expoentes da poesia brasileira e lusófona. Deste casamento nascerão três filhas, uma delas que se celebrará como actriz – Maria Fernanda. É uma vida profissional de sucesso, complementada por uma vida familiar e de amigos harmoniosa, em que, inclusive, tem a companhia de um dos irmãos, também emigrado para o Rio. Porém, a mente humana é complexa, nas suas circunvoluções tortuosas dos equilíbrios emocionais entre as responsabilidades e os medos de conseguir sempre a originalidade, a insatisfação perante a folha branca da pré-criatividade. A verdade é que Fernando foi sendo assolado pelo anjo das neurastenias, empurrando-o para abismos da impotência vivencial e criativa.
           
Uma visita à mãe pátria, em vez de lhe renovar a alma na recepção calorosa dos amigos e familiares por cá deixados, resultou na ampliação da solidão perante a ausência total de amigos como Fernando Pessoa, Almada Negreiros, Balha e Melo… que o evitaram; perante a frustração da realização de uma prometida exposição das obras criadas durante a viagem; perante a situação de não ser mais do que o marido da grande sensação da viagem, a jovem e bela Cecília Meirelles; a conferencista de sucesso com o triunfo da sua poesia e dos seus desenhos que até mereceram exposição…
            No seu retorno ao quotidiano carioca, a depressão intensifica-se, envolvendo-o no nó da angustia, o qual o estrangulará a 19 de Novembro de 1935. Se para a sua mente foi a única saída do momento, para a família foi uma traição, um acto de egoísmo e cobardia que mancharia para sempre a vida da esposa e das filhas que, no seu luto, lançaram um tabu sobre esta figura, preferindo o esquecimento da pessoa e da obra arrumada num sótão familiar.
          
Auto-caricatura 1933
  Setenta anos após este dramático desaparecimento, é pois tempo de recuperar essa obra “perdida” nos baús do constrangimento familiar, no esquecimento das memórias efémeras das hemerotecas, alfarrabistas e historiadores desatentos. É o momento de se abrirem as arcas, de desempoeirar a memória, recuperar o esplendor desta obra genial deste pioneiro do modernismo luso-brasileiro e dar-lhe o verdadeiro destaque na história de arte.



Bibliografia: Fernando Correia Dias um Poeta do Traço” de Osvaldo Macedo de Sousa Editora Batel (Rio de Janeiro 2013)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Às Quintas Falamos de BD no CNBDI da Amadora - (re)encontro dos artistas que colaboraram na Visão no dia 29 de Abril

Este ano comemoram-se os 40 Anos da Revolução de Abril e, por esse motivo, o nosso Encontro Às Quintas Falamos de BD não se realiza na quinta-feira dia 24, mas no dia 29 de Abril, como sempre, às 21h00.
A alteração da data prende-se com o elevado número de iniciativas que acontecem no dia 24 à noite e com a impossibilidade de podermos contar com a participação de todos aqueles que gostariam de estar presentes neste encontro, tão especial, que preparamos para o mês de abril.

Assim, no dia 29 assinalamos a passagem dos 40 anos da revolução dos cravos com um (re)encontro dos artistas que colaboraram na Visão, revista de banda desenhada nascida em 1975, e que encetaria um novo capítulo na BD nacional.

 Neste serão contamos também com a participação musical de Francisco Fanhais, conhecida voz de Abril, ex-sacerdote
católico, condecorado com Ordem da Liberdade, em 1995, e que será, certamente, uma excelente forma de comemorar Abril na casa da banda desenhada.


No dia 29 de abril esperamos por si, apareça!

A Liberdade está no Museu (da Cidade de Lisboa) - João Abel Manta 24 de Abril pelas 18h30


VEM FAZER O 25 DE ABRIL em Banda Desenhada!





















VEM FAZER O 25 DE ABRIL em Banda Desenhada!

Dia 19 de Abril de 2014 das 15h00 às 18h00, na El Pep Store & Gallery [lojas 34+35, centro comercial Imaviz || Imaviz Underground || Av. Fontes Pereira de Melo, #5, Lisboa], irá decorrer uma oficina de Banda Desenhada destinada a crianças dos 8 aos 12 anos.
Será orientado por Nuno Saraiva. O horário será das 15h00 às 18h00 com intervalo para lanche.
Os trabalhos produzidos na oficina de BD serão publicados em formato fanzine e serão entregues às crianças que frequentaram o workshop. Os trabalhos ficarão, também, em exposição durante a semana de comemoração dos 40 anos da Revolução, na El Pep Gallery.
As inscrições devem ser feitas para o email: edicoeselpep@gmail.com e o pagamento (25,00€) será efectuado no local, no início do workshop.


quarta-feira, 16 de abril de 2014

CONCURSO DE CARTOONS SEXY PONCHA… by Câmara de Lobos

CONCURSO DE CARTOONS SEXY PONCHA… by Câmara de Lobos

REGULAMENTO

Introdução
Este é um concurso de âmbito nacional (artistas portugueses ou residentes em Portugal) aberto a todos os amantes do cartoonismo, profissionais e amadores, tendo por objeto de ilustração a mais popular bebida da Madeira, a PONCHA, que, segundo história passada de geração em geração, teve origem em CÂMARA DE LOBOS.

Artigo 1º - Objetivos do concurso:
a)   Incitar ao gosto pelas artes plásticas, em especial o cartoonismo;
b)   Impulsionar a criatividade individual;
c)    Promover o trabalho dos criadores nacionais na área do cartoonismo;
d)      Evidenciar o lado lúdico da poncha, carinhosamente tratada entre os madeirenses por ponchinha. A poncha remete-nos para convívio e momentos de lazer. Por que não dar-lhe um cunho sexy e feminino? Daí a SEXY PONCHA que queremos ver evidenciada nos vossos cartoons. Tal como a mulher, a poncha tradicional tem um lado doce (açúcar ou mel), um lado ácido (limão), um lado “tramado” (a aguardente) e sabe bem o que é tratar alguém com amor e carinho…
Achegas: A poncha é mexida com o chamado pau da poncha, também designado mexelote, mas mais conhecido como “caralhinho”. A poncha pode ser baixinha (quando servida em copo pequeno) ou top model (quando servida em copo alto), mas só será uma boa poncha se obedecer à receita original, nas proporções certas.
Artigo 2º - Organização: A entidade promotora é a Direção da Casa do Povo de Câmara de Lobos.
Artigo 3º - Tema: Os trabalhos apresentados terão que ter como tema base a Poncha, mais especificamente “By Câmara de Lobos”, porque foi nesta pitoresca terra madeirense que tão versátil e apreciada bebida ganhou raízes, entre o vai e volta dos pescadores nas noites de faina, e este é um aspeto em que fazemos ponto de honra nesta iniciativa: a ligação da poncha a Câmara de Lobos.
Artigo 4º - Destinatários: Todos os cartoonistas residentes no país (Portugal continental e regiões autónomas da Madeira e Açores)
Artigo 5º - Trabalhos:
a) Os trabalhos a concurso deverão ser entregues em papel, em formato A3 ou em formato digital (.JPG ou .PNG), com as medidas 42cm x 29,7cm e resolução de pelo menos 300 dpi.
b) Cada trabalho deverá acompanhar-se de uma folha com os dados pessoais do concorrente (nome completo, BI, morada, e-mail, número de contacto) ou no caso de trabalhos digitais enviados por email, com os dados pessoais do concorrente no corpo do e-mail enviado com o trabalho;
c) Os trabalhos devem ser individuais;
d) Não há limites para o número de trabalhos a apresentar;
e) Os trabalhos deverão ser entregues por correio por carta registada para (morada) até o dia 31 de maio de 2014 (data do carimbo dos correios)  ou por e-mail para concursocartoonsponcha@gmail.com até o dia 30 de maio de 2014;
f) Só serão admitidos a concurso os trabalhos que respeitem o tema;
g) Os trabalhos devem ser inéditos, no sentido de nunca terem sido expostos em nenhum evento;
h)   A técnica para a criação artística do trabalho é livre.
Artigo 6º - Critérios de Seleção:
a) Criatividade – humor na construção do cartoon;
b) Componente estética;
c) Originalidade;
d) Conformidade com o tema;
e) Clareza na perceção do objetivo.
Artigo 8º - Júri:
a) Os trabalhos apresentados serão submetidos à apreciação de um júri, que irá selecionar o melhor trabalho, constituído por:
Presidente do júri – Cartoonista convidado…
Jurado 2 – Representante da Associação de Barmen da Madeira
Jurado 3 – Presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos
Jurado 4 – Presidente da Casa do Povo de Câmara de Lobos
Jurado 5 – Museu de Imprensa da Madeira
Jurado 7 – Na Minha Terra.com
b) Todos os trabalhos submetidos a concurso serão avaliados pelo Júri.
c) Caberá ao Júri decidir sobre os casos omissos neste Regulamento.
d) Das decisões do Júri não haverá recurso.
e) O participante assumirá o compromisso de conhecer e cumprir este Regulamento e acatar as decisões do júri do concurso.
Artigo 9º - Atribuição de Prémios e divulgação de trabalhos:
a) Serão atribuídos prémios aos três primeiros classificados;
1.º Lugar - 500 euros
2.º Lugar – 250 euros
3.º Lugar – 150 euros
                b) Exposição de todos os trabalhos, no Museu de Imprensa da Madeira, em Câmara de Lobos, no final de junho ou princípio de julho.
c)  Possibilidade de publicação dos cartoons, ou dos melhores cartoons (consoante a adesão),num trabalho editorial alusivo à poncha. Esta seleção dependerá da qualidade dos trabalhos enviados a concurso, segundo apreciação do júri.
Artigo 10º - Direitos de Autor:
a)    Os autores/ artistas preservam os direitos de autor das suas criações, mas autorizam a eventual utilização e/ou reprodução dos trabalhos pela organização;
b)    Só poderão ser submetidos a concurso trabalhos originais;
c)    Os autores/artistas autorizam o registo fotográfico e/ou audiovisual das fases do
concurso consideradas mais pertinentes pela organização.
Artigo 11º - Divulgação dos resultados do concurso e entrega de prémios:
a)      A divulgação dos resultados do concurso e entrega dos prémios será realizada em (Junho/Julho de 2014).
b)      Os concorrentes serão previamente avisados, por e-mail, dos resultados do concurso.

Artigo 12º - Informações adicionais: Para mais informações, contactar a Casa do Povo de Câmara de Lobos – 291628063 

sábado, 12 de abril de 2014

40 Anos de Abril - Exposição de caricaturas no Espaço Inovinter de 15 de abril a 4 de Maio em Moura

(Cartaz com desenho de Onofre Varela)
Uma produção Humorgrafe para a Câmara Municipal de Moura com a colaboração de artistas como Martins, José de Lemos, Onofre Varela, José Bandeira, Luís Afonso, Zé Oliveira, Hermínio Felizardo, Carlos Rico, Ricardo Galvão, Álvaro, Carlos Laranjeira...

Humour de René Bouschet




Livros sobre Humor e caricatura com textos de Osvaldo Macedo de Sousa - CLXXXVI - Panta Rhei Stane Jagodic

2009 Editado na Eslovénia

Livros sobre Humor e caricatura com textos de Osvaldo Macedo de Sousa - CLXXXV - 20º Amadora BD


Livros sobre Humor e caricatura com textos de Osvaldo Macedo de Sousa - CLXXXV - XIII Salão Luso-Galaico de Caricatura - Vila Real 2009

Capa de Rui Pimentel

Livros sobre Humor e caricatura com textos de Osvaldo Macedo de Sousa - CLXXXIV - Santiagu - Antonio Santos

Prefácio deste catálogo do Mestre Santiagu

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Crónica: Rosário Breve - Agora neste lugar solitário a vaidade já não se apaga por Daniel Abrunheiro

O facebook de antigamente era o lado de dentro da porta das cagadeiras públicas.
A minha geração foi agraciada, até, com esse opus magnum da retretologia que é O Guardador de Retretes, feliz ideia e prática felicíssima de um tal Pedro Barbosa, cuja condição de utente de sentinas nacionais & estrangeiras o levou a tornar-se atento & fiel escriba-mor das pré-facebookianas e pós-vicentinas cagas merdeiras deste mundo e dos outros.
A lápis, a esferográfica ou até, em caso de mais peremptória assertividade, a canivete, essa literatura de trono-de-louça reverberava de humanidade a mais pungente em lacónica, lapidar e exemplar concisão epigramática. Em apocalípticas elocuções tão apropriadas ao acto que ali os sitiava, os anónimos Autores sentados eram capazes, sem outro esforço que o do alívio tripeiro, do gracioso dichote político, da clandestina demanda homoerótica, da clássica quadra caralheira e do geni(t)al impressionismo meteorológico sobre se a Isaura da Camisaria chovia ou fazia sol e com quem.
É com merencória nostalgia que rememoro essas pautas maravilhosas, essas WCentenárias inscrições de equívoca & esquisita premência confessional afinal afim daquela que hoje, a grafismo azul-bebé, o facebook prolonga em quantidade mas não, hélas!, em qualidade – porque, hoje em dia, os facebookães mais peritos são no ladrar online do que no morder em manif.
Por deficiência (minha) de carácter (meu), também eu me inscrevo no rol triste das tristes selfievaidades que vociferam indignações de photoshop e partilham comoções em pps de florinha-passarinho-criancinha-fominha-áfricazinha, dos que sabem tudo sobre cada cerimónia dos Oscars mas não fazem puto-ideia de quem tenha sido o Paulo Rocha de Os Verdes Anos, dos que confundem o legado de Mandela com a chacha verbodiarreica do hip-hop, dos que acham aquilo de O Beijo do Klimt dever ser coisa do instagram & dos que atribuem a Fernando Pessoa as merdices alquímicas e as pestilentas banalidades filoteoantropológicas do Paulo Santiago Coelho de Compostela Carioca.
Antes, muito antes do apenas-isto de agora-hoje, o outro facebook, o das calças pelo canhão das meias, é que era. A própria profusão oblíqua de linhas & traços à altura do olhar (por ser muito mais capitosa a escrita durante o acto de evacuação do que depois da descarga feita e do terceiro-olho papel-higienizado) nos garantia o fulgurante caos ordenado da Poesia Surrealista, em aval da vitória (pelo menos íntima, ínfima embora) da liberdade criativo-expressiva sobre a miséria fecal da realidade.
Todos já reparámos que os dentros das portas desses filosóficos cubículos já não são nem estão escritos. Atribuo isso a duas coisas: uma, a ninguém já trazer consigo material de escrita, sequer canivete; outra, ao facto de as portas continuarem  a ser de contraplacado, baquelite ou chapa e não (ainda não, pelo menos) em plasma, detalhe que obsta à escrita a partir do telemóvel ou do tablet por bluetooth.

Para ser franco, a única coisa que permanece, e de uma permanência invencível e autoritária como a morte, é a natureza da necessidade. Digo: a fisiológica, não a poética. Mas há razões para a esperança: a de, pelo menos, sempre podermos continuar com merdas.

Dia Internacional dos Museus e Sítios - Museu Bordalo Pinheiro - 12 de Abril


segunda-feira, 7 de abril de 2014

Lançamento do álbum "Living Will" de Joana Afonso e André Oliveira no próximo sábado dia 12

A apresentação do segundo número da série de mini-comics Living Will ocorrerá este Sábado dia 12 de Abril pelas 14 horas no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro em Telheiras (durante o Anicomics Lisboa 2014).

Living Will é uma série de 7 mini-comics de 16 páginas publicados pela Ave Rara, integralmente em inglês, com argumento meu e arte de Joana Afonso.

Espero poder contar com a vossa presença.

Um abraço



André Oliveira 

Livros sobre Humor e caricatura com textos de Osvaldo Macedo de Sousa - CLXXXIII - Da Cegueira dos Pintores de Júlio Pomar

2014 - O Atelier-Museu Júlio Pomar esta a reeditar os textos de arte de Júlio Pomar e neste volume achou importante uma recensão crítica que escrevi em 1985, quando trabalhava para o Diário de Notícias. Naturalmente para mim é uma honra estar integrado nesta colectânea que acaba de ser lançada a público.

Livros sobre Humor e caricatura com textos de Osvaldo Macedo de Sousa - CLXXXII - Novos Temas de História

1986 - O meu primeiro artigo pblicado na imprensa (Rev. Historia) de repente aparece publicada neste compendio escolar sem eu saber de nada